Analisar
o contexto educacional e curricular nos remete a influência e a origem do
currículo nas escolas. O “saber fazer”, e as definições do termo currículo,
compreender como algo de um processo social, seleção de conhecimentos,
atitudes, valores, modos de vida é da cultura social e individual. As múltiplas
mediações tanto no aspecto da vida social e na subjetiva refletem as formas
ideológicas dominantes na cultura de uma sociedade que poderá ser compreendida
como um processo onde todos e todo conjunto social seleciona, classifica,
distribui e avalia saberes adquiridos em uma cultura e de uma determinada
compreensão de mundo, do mundo, de homem e do homem. O currículo escolar é um
social que observa, distingue e reconstrói o que o alunado aprendeu ou deixou
de aprender, pois, currículo é o elemento de transmissão do conhecimento em
várias práticas que o meio social e escolar proporciona ao atender as necessidades
de articular os conteúdos de modo facilitador ao aluno.
Fazendo as diferenciações entre
atividades curriculares e extracurriculares percebe-se que o currículo faz as
instituições funcionarem dando acesso à cultura traduzindo em saber escolar e
de vida. Para que os educandos desenvolvam a capacidade de pensar, ler,
interpretar e reinventar o seu mundo, por meio de atividade reflexiva é
necessário à ação de que a escola desempenhe o seu papel de mediador entre os
educandos e os saberes, assimilando conhecimento, considerando a forma como
conteúdos/conceitos devem ser tratados e as aspirações e interesses a
identificar contribuindo, assim, para o desenvolvimento intelectual,
raciocínio, criatividade, intuição, análise crítica e a constituição de
esquemas lógicos de referência para interpretar fatos e fenômenos da sociedade.
[...] A inovação curricular não consiste apenas em
mudar ou tentar mudar, o que se ensina e se aprende na escola. Tão importante
quanto o que se ensina e se aprende é como se ensina e como se aprende. Na
verdade, hoje sabemos que ambos os aspectos são indissociáveis. O que
finalmente os alunos aprendem na escola depende em boa medida de como o
aprendem; e o que finalmente nós professores conseguimos ensinar aos nossos
alunos é indissociáveis de como lhe ensinamos (COLL SALVADOR, 1999, p.30).
Na
construção social, a momentos históricos e por meio de relações de uma
determinada sociedade é que se estabelece o conhecimento, pois, aprender exige
uma organização, planejada, pensada, ou seja, não acontece de qualquer jeito.
Segundo Moreira (1999), o currículo constitui- se em um significativo
instrumento, utilizado por diferentes sociedades, que para desenvolver os
processos de transformação, conservação e renovação dos conhecimentos historicamente
acumulados, para assim, socializar as crianças e os jovens segundo valores
tidos como desejáveis. Currículo são projeto e prática, conjunto de escolhas,
seleção de cultura e possibilidades onde o educador é o mediador de um
projeto-politico-cultural. Fazendo a distinção de quanto o alunado aprendeu ou
deixou de aprender. Os níveis curriculares vêm equilibrando os interesses e as
forças que atuam no sistema educativo. O nível formal estabelecida pelos
sistemas de ensino, institucionalmente trazendo conjuntos de diretrizes
estabelecidos pelos pcns com objetivos e conteúdos das disciplinas de estudo,
que acontece já no nível real, que a cada dia professores e alunos decorrem de
projetos e planos pedagógicos de ensino, onde a vivencia da sala de aula é desempenhada
de acordo com o desejo de saber aprender e aprender o saber, levando em conta
toda a problematização que afetam a comunidade escola tanto no aspecto
aprendizagem quanto na realização dos trabalhos dos mediadores, valorizando e
respeitando o que se aprende no convívio social e escolar.
O
mediador deve ser incluído, junto com o aluno na discussão sobre o currículo,
pois, cabe a ele tarefa especifica, construindo no educando uma relação de
curiosidade e indagação com o saber, consolidando as formas de atividades que
leva o desenvolvimento do aluno, possibilitando a formação de novas categorias
de pensamentos e de novos conceitos.
Currículo não é apenas
aplicabilidade do conhecimento formal, traz outras dimensões ao desenvolvimento
humano orientado para a inclusão de todos ao acesso dos bens culturais, ao
conhecimento e da diversidade que existe nas escolas. Os currículos iniciais
nas escolas tinham como eixo central a escrita, a matemática e as artes, hoje o
currículo é o instrumento por excelência desta socialização, é o
desenvolvimento humano que é além dos conteúdos, faz parte dos processos
biológicos e cultural da humanidade.
A inserção da diversidade nos
currículos implica compreender as causas politicas, econômicas e sociais de
fenômenos como etnocentrismo, racismo, sexíssimo, homofobia e xenofobia, é
incorporar os livros didáticos, no plano de aula, nos projetos pedagógicos das
escolas articulados com os saberes produzidos pelos movimentos sociais e pela
comunidade. Associando, assim, ao conjunto de esforços pedagógicos
desenvolvidos com as intenções educativas, utilizada para indicar efeitos
alcançados na escola que não estão explícitos nos planos e propostas
pedagógicas.
O currículo oculto envolve
atitudes e valores transmitidos pelas relações sociais. É o espaço central em
que atuamos, e na construção dos currículos o papel do educador é fundamental
por sua elaboração, podendo e devendo recorrer aos documentos oficiais como a
Lei de Diretrizes e Bases, as Diretrizes Curriculares Nacionais, as Propostas
Curriculares Estaduais e Municipais para encontrarmos os subsídios fundamentais
para o nosso trabalho que requer a seleção de conhecimentos relevantes, que
incentivam mudanças individuais e sociais representando, assim, um dispositivo
de grande efeito no processo de construção da identidade do (a) estudante
ativando, em meio às tensões, a criação, contestação e transgressão, (Moreira e
Silva, 1994). A
educação escolar tem intenções múltiplas que visa atingir determinados
objetivos e educacionais. Uma das atividades que ocorre dentro de um processo
pedagógico que implica ser de um acompanhamento, apreciação com vistas a
planejar ações com o objetivo de reorienta-lo é a avaliação. Portanto, as
intenções e usos da avaliação estão influenciados pelas concepções de educação
relacionada à aprendizagem e o entendimento da função que a educação escolar
deve ter na sociedade.
Avaliação não deve ser o de
classificar e selecionar os estudantes, e sim, de auxiliar professores e
estudantes a compreender de forma organizada seus processos de
ensino-aprendizagem e a avaliação que era reduzida à medição de competências e
habilidades de um estudante.
Consequentemente, o currículo é o
polo estruturante de nosso trabalho. É inseparável da organização escolar e
curricular, estruturando as insatisfações a novas sensibilidades para as
identidades docentes repensando as nossas práticas, considerando que os alunos
não são uma produção escolar, nem se quer dos currículos, da docência e da
administração. Mas sim, chegam às escolas carregando imagens sociais de classe,
raça, etnia, gênero e território, construindo um olhar critico, além de
garantir o direito de aprendê-la a utilizar os instrumentos e tecnologias. A
pedagogia critica dos conteúdos contribui para enriquecer os currículos com
saberes sobre a cidadania.
[Lima, Elvira Souza]
Indagações
sobre currículo: currículo e desenvolvimento humano / [Elvira Souza Lima];
[Gonzáles
Arroyo, Miguel]
Indagações
sobre currículo: educandos e educadores: seus direitos e o currículo / [Miguel
Gonzáles Arroyo];
[Moreira, Antônio Flávio Barbosa]
Indagações sobre currículo: currículo,
conhecimento e cultura / [Antônio Flávio Barbosa Moreira, Vera Maria Candau];
[Gomes, Nilma Lino]
Indagações
sobre currículo: diversidade e currículo / [Nilma Lino Gomes];
[Fernandes,
Cláudia de Oliveira]
Indagações sobre currículo: currículo e
avaliação / [Cláudia de Oliveira Fernandes, Luiz Carlos de Freitas];
organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia
Ribeiro do Nascimento. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, 2008. 1. Ensino Fundamental
– Brasil. 2. Educação Básica. 3. Currículo. 4. Formação Humana. 5.
Conhecimento. I. Beauchamp, Jeanete. II. Pagel, Sandra Denise. III. Nascimento,
Aricélia Ribeiro do. IV. Brasil. Secretaria de Educação Básica. V. Título
56p.
52p.
48p.
44p.
: il.